sábado, 17 de novembro de 2012

EXPERIMENTO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CLORO ATIVO NA ÁGUA SANITÁRIA.


                                                                        UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
        CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
CURSO DE LICENCIATURA EM QUIMICA
NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE ORIXIMINÁ


DANIELE GOMES NUNES
FRANCISCO PIO PATERNOSTRO
IOLENE CASTRO MARTINS
LEOCIMAR SOUZA DOS ANJOS MARTINS
 




TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CLORO ATIVO NA ÁGUA SANITÁRIA.

1. RESUMO
            Para a realização deste experimento primeiramente preparou-se as soluções de ácido sulfúrico a 10% (p/p), de iodeto de potássio a 20% (p/p), de tiossulfato de sódio a 0,1M e diluiu-se 10 mL de água sanitária em 100 mL de água destilada. Em seguida realizou-se o experimento sobre a orientação do tutor, onde a partir da média dos volumes encontrados, se obteve 2,47% de teor de cloro na água sanitária analisada.


2. INTRODUÇÃO
A água sanitária comercial é uma solução diluída de hipoclorito de sódio (NaOCl), sendo utilizada em processos de desinfecção, esterilização e desodorização de águas industriais, água potável e piscinas, branqueamento de celulose, limpeza de roupas, lavagem de frutas e legumes, produção da água sanitária, para irrigação dentária e outros. Essa solução de hipoclorito de sódio é obtida ao se passar gás cloro por uma solução concentrada de hidróxido de sódio de acordo com a seguinte reação:

2 NaOH + Cl2  NaOCl + NaCl + H2O

Os produtos obtidos a partir dessa reação são o hipoclorito de sódio, havendo também a formação de cloreto de sódio. 
O Hipoclorito de Sódio é um sal inorgânico cuja fórmula molecular é NaOCl, apresentando massa molar 74,44 g mol-1, densidade 1,07 - 1,14 g /cm3 (produto comercial), ponto de fusão 18°C e ponto de ebulição 101°C.
No Brasil, a água sanitária é um produto muito utilizado, independente da classe social, porém só pode ser legalmente comercializada com o registro da ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), que realiza periodicamente fiscalizações com o objetivo de verificar se as empresas estão obedecendo às regras de fabricação, definido pela portaria nº 89/94 onde o teor de cloro ativo é estabelecido entre 2,00% p/p a 2,5% p/p durante o prazo de validade, estabelecido de no máximo de seis meses (ANVISA, 2009). No caso de uma quantidade acima do especificado, o cloro pode ser liberado em forma de gás cloro (Cl2), que é altamente irritante e que pode ser absorvido pelo corpo humano (INMETRO, 2009). A legislação define o intervalo entre 2,0 a 2,5 % p/p para fins de registro. Entretanto, para fins de fiscalização, a ANVISA considera um intervalo de aceitação entre 1,75 e 2,75 % p/p.
De acordo com as normas de fabricação um alvejante (água sanitária) deve ter em sua composição apenas hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio e água. Não sendo permitida em sua formulação a adição de outros produtos. Contudo assim como em outros produtos alguns fabricantes acabam fraudando a composição do alvejante adicionando Barrilha (Carbonato de Sódio), soda leve, com o propósito de aumentar o pH, e diminuir a concentração do Hipoclorito, barateando assim o produto. Dessa forma o produto não condiz com as normas estabelecidas pela legislação vigente, e sua finalidade se altera, pois em vez de clarear a roupa, deixa-a amarelada, além de causar lesões graves nas mãos provocadas pela adição de barrilha.
 As análises de produtos químicos devem estar de acordo com as normas da ABNT. Para verificar a qualidade de um alvejante, é preciso fazer uma análise do teor de cloro ativo do mesmo. O método de determinação baseia-se no fato do cloro poder deslocar o bromo e o iodo de seus sais. Com isso, ao se adicionar iodeto de potássio (KI) à solução, pode-se dosar o iodo liberado com solução padronizada de tiossulfato de sódio (Na2S2O7), usando solução de amido como indicador.


3. OBJETIVO GERAL
v Analisar uma amostra de água sanitária de um determinado fabricante, comparando o teor de cloro ativo obtido experimentalmente com o estabelecido pela ANVISA.


4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

v  Determinar o teor de cloro ativo em uma marca de água sanitária;
v  Comparar o resultado experimental com o indicado pelo fabricante e o recomendado pela ANVISA;


5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para a realização da aula prática de laboratório utilizou-se apenas uma marca de água sanitária (Econômica), que foi analisada pelas equipes para verificar o teor de cloro ativo na amostra. Após a preparação das soluções de ácido sulfúrico a 10% (p/p), de iodeto de potássio a 20% (p/p), de tiossulfato de sódio a 0,1M, diluiu-se uma amostra de 10 mL que  foram pipetados e transferidos para um balão volumétrico de 100 mL. Em seguida aferiu-se com água destilada e homogeneizou-se. Mediu-se 10 mL em uma proveta, desta solução recém-preparada e transferiu-se para um erlenmeyer de 250 mL. Depois foram adicionados ao erlenmeyer 10 mL da solução de ácido sulfúrico (H2SO4) a 10% (p/p), 10 ml de KI a 20% (p/p) e 5 mL de água destilada com o auxilio de pipetas graduadas de 10mL com pêra de borracha. Utilizando uma bureta de 50 mL titulou-se com a solução de Na2S2O3 0,1 mol/L até a amostra apresentar a coloração amarelada. Em seguida Colocou-se 5 mL da solução de amido 5 % (p/v) observando o surgimento de uma coloração azul escura. Continuou-se a titulação até que a cor azul escura  desaparecesse. Ao final anotou-se o volume gasto em mL.
Repetiu-se o procedimento por mais três vezes com a participação das equipes dando continuidade ao experimento.

6. RESULTADOS
            A partir dos dados obtidos nos experimentos e dos cálculos efetuados com os mesmos, temos:

          Tabela 1. Determinação do cloro ativo em água sanitária.
Amostra de água sanitária
Volume gasto de Na2S2O3 (mL)
Volume médio gasto de Na2S2O3 (VG)
Cloro ativo (%)
Econômica
6,5
7,3
7,1
6,9
6,95
2,47

Ø  Cálculo da porcentagem de cloro ativo na amostra:
% de cloro ativo = (V1 x N1 x Meq Cl2 x 100) / Valiq x Vdil
Onde: V1 = volume de Na2S2O3 gasto na titulação;
      N1 = Normalidade da solução de Na2S2O3;
           MeqCl2 = Miliequivalente-grama do Cl2 = 35,5.10-3 ;
           Valiq = volume da alíquota para a diluição utilizada na titulação;
           Vdil = volume final a diluição da solução após a diluição;
% de cloro ativo = (V1 x N1 x Meq Cl2 x 100) / Valiq x Vdil
% de cloro ativo = (6,95.10-3)(0,1)( 35,5.10-3)(100)/(10.10-3)(100.10-3)
% de cloro ativo = 2,47 %
            Este resultado está de acordo com as normas estabelecidas pela ANVISA, onde o teor de cloro ativo nas águas sanitárias deverá está entre 2 a 2,5%. 
Onde: V1 = 6,95 mL Na2S2O3 (verificado na titulação);
      N1 = 0,1 (concentração de Na2S2O3);
           MeqCl2 = = 35,5.10-3 (em mili-equivalente grama);
           Valiq = 10 mL (água sanitária Econômica + água destilada);
           Vdil = 100 mL (água sanitária Econômica + água destilada);

7. DISCUSSÃO
            O resultado obtido no experimento para determinar o teor de cloro ativo de uma amostra de água sanitária da marca econômica foi de 2,47 %, atendendo assim os objetivos propostos no que se referia a determinar o teor de cloro ativo nessa marca e comparar os resultados com os parâmetros estabelecidos pela ANVISA.
Observou-se que o resultado encontrado, é satisfatório, pois atende a norma definida pela ANVISA.  Onde as informações obtidas a partir do resultado do experimento foram suficientes para definir o assunto sobre a determinação do teor de cloro ativo da amostra da água sanitária.


8. CONCLUSÃO

A legislação (portaria nº 89/94) define que o teor de cloro ativo na água sanitária comercial deve atender o intervalo entre 2,0 a 2,5 % p/p para fins de registro. Entretanto, para fins de fiscalização, a ANVISA considera um intervalo de aceitação entre 1,75 e 2,75 % p/p (RDC nº 184/2001).
A partir da análise feita na aula de laboratório, os resultados obtidos (tabela 1) pela amostra de água sanitária de marca “Econômica” está de acordo com a legislação no que diz respeito ao teor de cloro ativo. Estando assim, adequada para ser utilizada como alvejante e bactericida.
Os dados obtidos destinaram-se a avaliar o teor de cloro ativo presente na amostra da água sanitária de marca econômica, por se tratar de um produto presente no comércio local e ser muito utilizada nas residências.


REFERÊNCIA:

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Saneantes.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm>. Acesso em: 04 jun. 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Solução de hipoclorito de sódio comercial - Determinação do teor de cloro ativo pelo método volumétrico: NBR 9425. Rio de Janeiro, 2004.

Físico-Química Experimental/Profº Antonio Cláudio Lima M. Bastos, Profª Elizabeth Maria Soares Rodrigues e José Pio Iúdice de Souza. – Belém: Editora da UFPA, 2011.

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia. Água Sanitária, Desinfetante e Detergente. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/agua_sanitaria.asp>. Acesso em: 04 jun. 2011.

IMAGENS DE ALGUMAS ETAPAS DO EXPERIMENTO NO LABORATÓRIO








TRABALHO DE PESQUISA - TEMA: O ENSINO DE QUIMICA NO SECULO XXI – DESAFIOS PARA OS PROFESSORES NOS DIAS DE HOJE.


TEMA: O ENSINO DE QUIMICA NO SECULO XXI – DESAFIOS PARA OS PROFESSORES NOS DIAS DE HOJE.
DANIELE GOMES NUNES
FRANCISCO PIO PATERNOSTRO
IOLENE CASTRO MARTINS
LEOCIMAR SOUZA DOS ANJOS MARTINS

Uma das propostas da educação é possibilitar a nossos alunos condições de desenvolvimento pessoal e profissional dando-lhes a oportunidade de identificar e escolher o que gostariam de ser no futuro. Mas para que isso aconteça é necessário uma boa escola com bons professores que saibam ensinar, em especial destacamos a docência do professor de química. E para termos esses profissionais se faz necessário atentar para suas necessidades reais, diminuir o número de alunos em salas de aulas, motivá-los a ler, a estudar mais e consequentemente a aprender mais.    Olhar para os desafios que os professores, principalmente de química, enfrentam nos dias atuais para trabalhar os conteúdos de químicas e como essas metodologias estão afetando o processo ensino-aprendizagem de nossos alunos.
Atualmente o cenário educacional no que diz respeito ao ensino de química nos mostra situações que evidenciam alguns problemas vividos por professores para ensinar química. Essas situações estão conectadas as metodologias utilizadas em sala de aula hoje; as dificuldades e limitações enfrentadas por esses profissionais para ensinar química; as tão sonhadas melhorias e ao perfil ideal de professor para o século XXI.
Para conhecermos um pouco sobre esses desafios enfrentados por esses profissionais da educação entrevistamos alguns professores que ministram aulas de química nas escolas de Ensino Médio Dr. Almir Gabriel e Padre José Nicolino de Souza. Dos quatro professores entrevistados, dois tem licenciatura em ciências naturais com habilitação em química com mais de 25 anos de magistério, um é engenheiro agrônomo com 29 anos de magistério e o outro é licenciado em ciências biológicas com apenas 02 anos de magistério. Observamos que profissionais de outras áreas de conhecimento, devido à carência de profissionais em química, acabam assumindo cargas horárias dessa disciplina.
Quando questionados sobre as metodologias utilizadas em sala de aula os quatro disseram que utilizam além do quadro branco e pincel, leituras de textos, pesquisas bibliográficas, aulas práticas, aulas em vídeos, palestras, seminários, aulas expositivas entre outros. Nesse ponto Nóvoa (1998: 28), citado por Roseli Schnetzler, fala que a forma como cada um de nós constrói a sua identidade profissional define modos distintos de ser professor, marcados pela definição de ideais educativos próprios, pela adoção de métodos e práticas que colam melhor com a sua maneira de ser, pela escolha de estilos pessoais de reflexão sobre a ação (...).
Em relação às metodologias utilizadas por eles em sala de aula perguntamos se as mesmas atendiam as expectativas da clientela que se tem hoje e os mesmos disseram que na medida do possível sim, porém alguns manifestaram preocupação no que diz respeito ao grande desinteresse dos alunos mesmo quando esses professores procuram proporcionar aulas mais dinâmicas utilizando os recursos que a escola dispõe. Essa preocupação evidenciada pelos professores é expressa por Alarcão (1993), quando afirma que a prática pedagógica de cada professor manifesta suas concepções de ensino, aprendizagem e de conhecimento, como também suas crenças, seus sentimentos, seus compromissos políticos e sociais.
No que diz respeito às dificuldades e limitações encontradas para o exercício da docência em química no mundo globalizada que vivemos os entrevistados foram unânimes em responder que é a falta de material didático e de um laboratório que atenda as mínimas necessidades para tornar as aulas mais interessantes, pois sendo a química uma ciência muito presente no cotidiano das pessoas se faz necessário trabalhar as aulas teóricas em consonância com as aulas práticas.  Além disso, é importante ressaltar que a formação e atualizações dos conhecimentos e praticas educacionais utilizadas pelos educadores é uma grande preocupação nos dias atuais, pois o acesso as informações, a internet em nossa cidade é precária.  
Quando questionados sobre quais melhorias deveriam ocorrer para minimizar essas dificuldades e limitações os professores responderam que apesar das escolas possuírem laboratórios com uma boa infraestrutura, precisam de equipamentos e suprimentos (reagentes, indicadores, etc.) para a realização das aulas práticas.
Para encerrar essa entrevista pedimos aos professores para descrever o perfil ideal para o professor do século XXI, onde os mesmos descreveram um profissional formado em química, pesquisador, que trabalhe de forma contextualizada e que esteja a todo momento procurando se atualizar. Isso mostra que nossos professores estão preocupados com sua pratica docente e com o processo ensino-aprendizagem de seus alunos, pois estão buscando se aperfeiçoar e valorizar sua profissão. Segundo Ótavio Maldaner, o professor que não se aperfeiçoa que é teleguiado por um livro didático, sem criar nada em sua sala de aula, que não permite os espaços de criação dos alunos e apenas tenta transferir esse livro didático para a cabeça dos alunos reforça a posição de que para ensinar não é preciso alta qualificação. Com isso o próprio professor acaba se desvalorizando.
Nesse ponto Paulo Freire (1997: 32), chama atenção para a formação de professoras e professores-pesquisadores quando diz:
Fala-se hoje, com insistência, no professor-pesquisador. No meu entender o que há de pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescenta à de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O de que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador.           
   Enfim percebemos que o ensino de química ainda carrega traços do ensino tradicional como o famoso quadro de giz que passou a ser chamado quadro branco e as aulas expositivas e há também a forte presença da tecnologia que reflete o mundo globalizado em que vivemos. Além disso, notamos que os professores estão acompanhando essas mudanças no meio educacional e como afirma Ângela Martins, doutora em Educação em entrevista a revista nova escola, que o novo perfil do professor para o século XXI deve estar atrelado ao desenvolvimento contínuo, onde o professor precisa olhar para a própria trajetória profissional, perceber as falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia, pois somente assim promoverá a aprendizagem de seus alunos. E como se sabe hoje não é possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na academia, mas unindo esse conhecimento com o uso da tecnologia, trocando experiências com os colegas de trabalho, planejar e avaliar acreditando que o seu aluno pode aprender. Pois para muitos estudiosos o professor é um mediador na construção do conhecimento mostrando uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudos constantes.  
      
REFERENCIA
Prática Pedagógica em Quimica IV / Jorge Ricardo C. Machado – 78p; Belém: Ufpa, 2010.
Revista Profissão Mestre. Educação, mercado de trabalho e tecnologia. Edição nº 117. Site www.profissaomestre.com.br
Revista Profissão Mestre. Professores e Métodos. Edição nº 133. Site www.profissaomestre.com.br

POSTADO POR: DANIELE GOMES NUNES, FRANCISCO PIO PATERNOSTRO, IOLENE CASTRO MARTINS, LEOCIMAR SOUZA DOS ANJOS MARTINS



ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO CIENTIFICO: A CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE QUIMICA ATRAVÉS DO LIVRO DIDÁTICO


ANÁLISE CRÍTICA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO
DANIELE GOMES NUNES
FRANCISCO PIO PATERNOSTRO
IOLENE CASTRO MARTINS
LEOCIMAR SOUZA DOS ANJOS MARTINS

TÍTULO: A Contextualização no Ensino de Química através do Livro Didático

AUTORA: Edson José Wartha e Adelaide Faljoni-Alário.

OBJETIVOS DO ARTIGO
v  Identificar como a contextualização do conhecimento químico é efetivada nos Livros Didáticos;
v  Identificar concepções acerca do significado do termo contextualização.

RELEVÂNCIA
Durante a análise do artigo destacamos alguns pontos relevantes:
v  A proposta abordada pelos autores que mostra as diferentes concepções de contextualização presentes nos livros didáticos de Química do Ensino Médio. Antes os livros didáticos apresentavam apenas o conteúdo de forma “seca” e quase nenhuma conexão com a realidade do aluno. Atualmente, os livros didáticos começaram a abordar além do conteúdo, a história daquele conhecimento químico, pois se faz necessário que o aluno perceba que o conhecimento científico não é algo pronto e acabado e que houve toda uma historia para se chegar ao conhecimento que se tem hoje. Dessa forma o aluno consegue perceber que a ciência também tem uma historia, tornando o conteúdo algo mais consistente e lógico.
v  A necessidade de se articular o conhecimento científico com valores educativos, éticos e humanísticos que permitam ir além da simples aprendizagem de fatos, leis e teorias, propostos pelos PCNEM. Isso mostra que o conhecimento científico precisa está atrelado também aos valores que se pretende trabalhar na aprendizagem dos alunos, pois o aluno também precisa ter valores que contribuam para a sua formação cidadã.  
v  A proposta pedagógica de Freire destacada pelos autores que sustenta a idéia de que a contextualização no processo pedagógico de ensino deve acontece a partir de “temas geradores”. Freire mostra que a aprendizagem dos alunos pode ser trabalhada a partir de temas geradores, onde o mesmo perceba, por exemplo, na produção da farinha, que podemos encontrar conhecimentos químicos em algumas etapas, ou seja, levar o aluno a descobrir que o saber químico pode ser abordado a partir de um tema presente em sua realidade, tornando a aprendizagem mais prazerosa e significativa.
v  A linha de pesquisa defendida pelos autores Zanetic (1989) e Pierson (1997) mencionada pelos autores, mostrando que a transformação no ensino das ciências implica a renovação do conteúdo programático tradicional e não somente a melhoria das abordagens metodológicas. Hoje durante a semana denominada pelas escolas de semana pedagógica, se procura selecionar conteúdos que se acredita serem mais significativos, mas continua-se seguindo uma lista de conteúdos programáticos trabalhados há dez anos ou até mesmo há 15 anos, mas graças a Deus que as metodologias em grande parte evoluíram. Então se faz necessário repensar essa grade de conteúdos programáticos, pois não adianta mudar as metodologias, se continuamos presos ao tradicional.
v  Os Livros Didáticos analisados pelos autores apresentaram diferenças na abordagem quantitativas e semelhanças na abordagem qualitativa, pois o número de termos e/ou palavras que contextualizam o conhecimento químico varia muito entre as coleções analisadas, mas os termos são usados de forma muito semelhante nesses livros didáticos. Ou seja, a diferença está no tamanho e na escrita dos termos dos textos que contextualizam o saber químico, e muitas vezes essa diferença acaba induzindo o professor a selecionar o livro didático a ser utilizado em suas aulas não pela qualidade do texto, mas sim pelo tamanho e pela fácil compreensão dos termos.

CONCLUSÃO
Os autores mostram em seu artigo a necessidade de se articular o conhecimento científico com valores educativos, éticos e humanísticos que permitam ir além da simples aprendizagem de fatos, leis e teorias. Essa necessidade é evidenciada pelos autores a partir da discussão a cerca da contextualização dos conhecimentos químicos abordados dentro dos livros didáticos do ensino médio e as diferentes concepções que se tem do termo contextualização.
Todo o conteúdo do artigo gira em torno da importância da contextualização efetivada nos livros didáticos, onde os autores afirmam que a partir do entendimento do significado da contextualização, o professor pode desenvolver estratégias de ensino que favoreçam o preparo para o exercício da cidadania. Além disso, mostram a partir de suas analises que existem dois tipos de concepções mais presentes nos livros didáticos, onde uma delas mostra que a contextualização é trabalhada como uma descrição científica de fatos e processos do cotidiano do aluno e a outra é vista como uma estratégia de ensino-aprendizagem para facilitar a aprendizagem.
Mas os autores afirmam que se faz necessário um maior estudo do que se pretende com o princípio da contextualização nos documentos oficiais, como os PCNEM, que deveriam servir como parâmetros para a efetivação da contextualização nos LD, já que juntamente com a interdisciplinaridade são os princípios básicos da reforma no Ensino Médio.

 PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
A partir da analise do artigo destacamos os pontos que consideramos positivos para a compreensão do entendimento da contextualização efetivada nos LD do ensino médio e das concepções sobre a contextualização. Não identificamos nenhum ponto que considerássemos negativo diante da analise do artigo. Abaixo estão relacionados os pontos positivos.
v  As idéias defendidas pelos autores a partir das idéias dos autores Zanetic (1989) e Pierson (1997), que se faz necessário uma transformação no ensino das ciências que deve começar a partir da renovação do conteúdo programático tradicional e não somente a melhoria das abordagens metodológicas. Hoje nota-se uma grande mudança nas metodologias se comparadas as que se desenvolvia há cinco anos, mas se continua seguindo uma grade de conteúdos programáticos tradicional, que precisa ser revista e atualizada de acordo com as necessidades atuais de aprendizagem dos alunos.  
v  Os livros didáticos (LD) são importantes mecanismos na homogeneização dos conceitos, conteúdos e metodologias educacionais (Lajolo, 1996). O Livro didático além de ser muitas vezes há única ferramenta de muitos professores, acaba tornando-se um mecanismo que torna o processo ensino-aprendizagem de certa forma igual para todos os alunos.
v  Nos PCNEM (Brasil, 1999a e 1999b), a contextualização é estabelecida como um dos princípios para a organização do currículo por meio de temas da vivência dos alunos. Se momento temos a oportunidade, como futuros professores de química, organizar nosso currículo a partir de temas que estão presentes em nossa realidade, levando o aluno a perceber que o conhecimento químico está atrelado a suas atividades humanas e, portanto a sua vida.
v  Contextualizar é construir significados e significados não são neutros, incorporam valores porque explicitam o cotidiano, constroem compreensão de problemas do entorno social e cultural, facilitam viver o processo da descoberta.
                                                  
EXPECTATIVA DE APLICAÇÃO NA SUA PRÁTICA DOCENTE DIÁRIA
Acreditamos que depois da leitura e analise dos argumentos feitos pelos autores neste artigo, se tomará maior cuidado na hora de trabalhar os conhecimentos químicos utilizando essa nova tendência para o ensino chamada Contextualização, principalmente aquela efetivada nos livros didáticos do ensino médio. Acreditamos que a contextualização é fundamental para torna a aprendizagem mais prazerosa e significativa para o aluno, pois acaba criando condições para que o mesmo experimente a curiosidade, o encantamento da descoberta e a satisfação de construir o conhecimento com autonomia, construir uma visão de mundo e um projeto com identidade própria.

POSTADO POR: DANIELE GOMES NUNES, FRANCISCO PIO PATERNOSTRO, IOLENE CASTRO MARTINS, LEOCIMAR SOUZA DOS ANJOS MARTINS.

            

ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO CIENTÍFICO: COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: VOCÊ SABE LIDAR COM ISSO?


ANÁLISE CRÍTICA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO
DANIELE GOMES NUNES
FRANCISCO PIO PATERNOSTRO
IOLENE CASTRO MARTINS
LEOCIMAR SOUZA DOS ANJOS MARTINS

TÍTULO: Competências e Habilidades: você sabe lidar com isso?

AUTORA: Dra. Lenise Aparecida Martins Garcia.

OBJETIVOS DO ARTIGO

v  Mostrar a importância do currículo (programas de conteúdos de uma disciplina) no processo ensino-aprendizagem, assim como um ensino centrado no desenvolvimento de competências e habilidades, contextualizado e formador do cidadão.
v  Deixar claro que ao direcionar o foco do processo ensino-aprendizagem para o desenvolvimento de competências e habilidades automaticamente isso implicará na mudança de postura da escola, exigindo um trabalho pedagógico integrado em que se definam as responsabilidades de cada professor nessa tarefa.
v  Mostrar que o principal papel da escola não é apenas dá informações, mas contribuir para que o aluno desenvolva habilidades e competências que lhe permitam trabalhar essa informação, como: saber selecionar, criticar, comparar, elaborar novos conceitos a partir dos que se tem. Além disso, desenvolver a capacidade de discernir quais informações são importantes para ele em determinado momento de sua vida e assim tirar suas conclusões.
v  Buscar esclarecer o que são as competências e habilidades, mostrando que uma competência permite mobilizar (lançar mão dos mais variados recursos) conhecimentos a fim de se enfrentar uma determinada situação e estaria constituída por varias habilidades. A autora deixa claro também que uma habilidade não “pertence” a determinada competência, pois a mesma pode contribuir para competências diferentes.    

RELEVÂNCIA
Um dos pontos mais relevante desse artigo é a proposta abordada pela autora que mostra o processo ensino-aprendizagem focado no desenvolvimento de competências e habilidades e a preocupação dela em buscar esclarecer o verdadeiro significado dessas duas palavras que podem mudar a forma de ensinar do professor e de aprender do aluno. Mostra também a responsabilidade da escola e do professor na hora de organizar seu programa de ensino e de se trabalhar os conteúdos programáticos levando em consideração o desenvolvimento de competências e habilidades, contextualização e a formação cidadã do aluno.
Outro ponto relevante foi mostrar que o fundamental na educação não é o acúmulo de informações, mas o desenvolvimento de competências e habilidades que nos permitam encontrá-las, lidar com elas, discernir quais são importantes para nós em determinado momento, analisá-las, criticá-las, tirar conclusões. Atualmente a maioria dos professores está preocupada em cumprir o seu conteúdo programático e só lembram das competências e habilidades no inicio do ano letivo quando se reúnem para organizar seu plano de curso. Mas há aqueles que através de projetos procuram desenvolver competências e habilidades que poderão contribuir para a formação e exercício da cidadania dos alunos, buscando assim mudar a concepção de ensino tradicional que insisti em permanecer em nossas salas de aula voltado apenas para a transmissão do saber. Vale lembrar que o ensino tradicional contribuiu bastante para o processo ensino-aprendizagem, pois fomos alunos nessa época e com certeza aprendemos muita coisa que hoje esta sendo útil para a nossa vida profissional e pessoal.

CONCLUSÃO
As propostas discutidas neste artigo convergem com as propostas estabelecidas pelas diretrizes curriculares nacionais que seguem em consonância com uma tendência mundial que é a necessidade de centrar o processo ensino-aprendizagem no desenvolvimento de competências e habilidades por parte do aluno, em lugar de centrá-lo no conteúdo conceitual.
As novas diretrizes deixam clara a responsabilidade da escola e do professor de estruturar o seu programa de ensino em um programa dinâmico, sem seguir rigidamente um livro didático. Este programa deve estar de acordo com a realidade local e com as necessidades imediatas dos alunos. Essa liberdade dada ao professor é certamente muito positiva, mas exige preparo e trabalho. É preciso que os professores saiam de sua cômoda passividade.
Essa mudança requer trabalho cooperativo de todos para que se estabeleçam rotinas de planejamento e de acompanhamento do programa de ensino e desta forma, as competências e habilidades se tornarão na escola uma responsabilidade desde quando a criança aprende a ler e escrever. Podendo mais tarde saber opinar, julgar, fazer generalizações, analogias, diagnósticos, independentemente do que se esteja comparando, classificando e assim por diante.
Mas para que a escola torne este processo uma realidade é preciso mudar o enfoque, a abordagem que se faz de muitos assuntos, além da postura do professor, que em geral considera o conteúdo como de sua responsabilidade, mas a habilidade como de responsabilidade do aluno. Quando se fala em mudança da pratica docente nos deparamos com a resistência de muitos professores, pois o novo acaba atrapalhando o trabalho do professor, a sala de aula vira uma bagunça porque todos querem participar e o professor acaba tendo mais trabalho e muitos não querem ter trabalho. Isso contribui para aulas monótonas e conteúdos descontextualizados tornando o ensino uma coisa solta sem significado algum com a vida cotidiana do aluno. Mas há aqueles com coragem para embarcar nessas novas propostas e acabam fazendo a diferença na hora de ensinar e o resultado desse trabalho acaba afetando o processo ensino-aprendizagem dos alunos que vão se destacar em relação aos outros. 

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Acreditamos que as propostas e discussões apresentadas no artigo são positivas, pois estão contribuindo para um melhor entendimento do que realmente são as competências e habilidades dentro da pratica do professor. E podemos dizer que o único ponto negativo é a falta desse material nas nossas escolas para complementar o trabalho do professor e com isso mudar sua forma de ensinar. Pois o professor precisa reconhecer que o ensino não pode mais centrar-se apenas na transmissão de conteúdos conceituais, que sua aula precisa ser dinâmica, e para isso terá que usar os mais variados recursos e ter claras as competências e habilidades que pretende atingir, somente assim haverá um ensino significativo.
Vamos agora citar alguns trechos que achamos fundamentais para a compreensão de um ensino centrado no desenvolvimento de competências e habilidades:
v  A competência não é o uso estático de regrinhas aprendidas, mas uma capacidade de lançar mão dos mais variados recursos, de forma criativa e inovadora, no momento e do modo necessário.
v  A competência implica uma mobilização dos conhecimentos e esquemas que se possui para desenvolver respostas inéditas, criativas, eficazes para problemas novos, envolvendo diversos esquemas de percepção, pensamento, avaliação e ação.
v  A competência e a habilidade trazem a escola uma nova maneira de ilustrar a construção do conhecimento e ampliá-lo de uma forma coletiva.
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EXPECTATIVA DE APLICAÇÃO NA SUA PRÁTICA DOCENTE DIÁRIA
Acreditamos que depois de todos esses esclarecimentos se torna mais viável trabalhar os conteúdos em consonância com o desenvolvimento das competências e habilidades, pois é fundamental na formação dos nossos alunos que os mesmos saibam analisar, criticar, questionar sobre as informações que lhes são transmitidas. Mas para isso é necessário que nós como futuros professores tenhamos competências com grande mobilidade e capacidade da transferência de conhecimentos para atender a situações concretas que vão surgir em nossa sala de aula. Atualmente muitos professores na sua pratica docente diária não trabalham a aplicação das competências e habilidades pelo simples fato de se sentirem inseguros com essa prática em relação aos alunos e muitas vezes por não saberem o que são as competências e as habilidades. Muitas vezes nós professores deixamos de realizar uma aula de laboratório ou um experimento pelo receio de que os experimentos "deem errado" e os alunos acabem achando que o professor não sabe o que esta fazendo. É nesse momento que nós como professores devemos usar de nossa competência para mostrar aos nossos alunos que nem sempre os experimentos dão o resultado previsto e que terão que ser formuladas e analisadas novas hipóteses. É a mobilidade da competência sendo acionada.
É necessário que cada professor se sinta responsável pela formação global de seu aluno e não por um único aspecto, informativo e relacionado à sua área específica de atuação.


Postado por: Daniele Gomes Nunes, Francisco Pio Paternostro, Leocimar S. dos A. Martins, Iolene Castro Martins